Saudações Rodrigo, muito obrigado por nos ceder essa entrevista ao
nosso blog “Questões e Argumentos”, é uma honra entrevista-lo. Como está sendo
o ano de 2014 para a banda Comando Nuclear? E quais os planos para o futuro?
Rodrigo: Opa, beleza? Valeu
pela oportunidade, bacana poder conversar contigo! 2014 tem sido um ano
relativamente tranqüilo, temos feito menos shows do que nos anos anteriores por
uma série de prioridades nas agendas pessoais, mas mesmo assim tivemos a
oportunidade de participar de excelentes eventos. Tocamos recentemente com o
Picture e o Grim Reaper, duas de nossas maiores influências, além de dividir o
palco com grandes amigos como Centúrias, Anthares, Breakout, Slippery e Tiger,
além do Patrulha do Espaço. Pudemos também voltar à região norte do país,
tocando em Belém e Ananindeua, no Pará. Para os próximos meses do ano temos
programado nossa tradicional volta a Santa Catarina, onde tocamos todos os anos
desde 2008, e também uma grande festa em Limeira, interior de SP. Temos realmente
curtido bastante, e isso é o que sempre queremos.
Como tem sido a repercussão de ‘Guerreiros da Noite’ mundo afora?
Rodrigo: O álbum ‘Guerreiros
da Noite’ foi muito bem aceito, sem dúvidas. Desde seu lançamento em 2011
recebemos opiniões e críticas muito boas, tanto que a primeira tiragem esgotou
rapidamente e estamos providenciando seu relançamento com alguma faixa bônus.
Provavelmente o lançaremos também em formato LP, estamos agilizando isso.
Vocês são de São Paulo-SP, como você vê a cena underground na sua
região, quais bandas destacaria?
Rodrigo: São Paulo é um lugar
intenso, em todos os sentidos. As segmentações são diversas e isso divide o
público, mas vejo ótimas bandas tocando por aqui. Talvez a melhor coisa que
esteja rolando seja o intercâmbio interestadual incessante entre as bandas,
isso traz muita coisa boa a todos os envolvidos e torna mais cíclica a rotina
de shows e a presença do público. Acho que antes de destacar alguma banda,
realço mesmo essa interação e troca de cultura entre as bandas e a renovação do
público, a molecada precisa fazer parte disso. Isso tem sido essencial, além do
surgimento de novas bandas. Seria óbvio citar as bandas que já estão na cena há
tempos, então recomendo o trabalho de novas bandas que estão fazendo a roda
girar por aqui: Tiger, Shockbreaker, Metallic Crucifixion, Rider e Breakout,
pra ficar nas que tenho curtido mais atualmente.
Comando Nuclear
A banda foi formada em 2004; como você vê esses 10 anos de banda? Quais
foram os acontecimentos mais significativos?
Rodrigo: Em dez anos muita
coisa acontece difícil citar fatos específicos. Talvez a saída do Filippe tenha
sido algo que causou grande impacto, pois ele era o motor por trás das
composições musicais, então naturalmente muita coisa muda a partir disso, assim
como as saídas do Eric e Guilherme, nossos dois primeiros bateristas e grandes
amigos da gente. Lançamos dois álbuns nesses dez anos, tivemos a oportunidade
de tocar em todas as regiões do país, de Santa Catarina ao Acre, e fizemos
amigos por onde passamos. Estamos nessa exatamente por isso, então talvez os
lances mais significativos tenham sido exatamente as coisas que rolam nas
viagens, as cervejadas, os amigos que fazemos na estrada e que permanecem
conosco até hoje.
Quais são as inspirações para as composições das letras da banda?
Rodrigo: Vejo a música como
uma fotografia do momento. Se estamos lendo coisas relacionadas a algum tema
específico, ou acompanhando situações que estejam rolando e influenciando
nossas vidas, certamente isso vai parar nas letras. Pode ser um livro, uma
bebedeira ou um protesto contra a violência policial, tudo isso já virou letra
para o Comando Nuclear e entendo que essa é uma forma espontânea de dizer algo.
As novas letras que temos escrito refletem a forma como vemos as coisas no
contexto atual, então essa influência do ambiente e a forma como vemos as
coisas é de onde as letras surgem.
Quais são suas principais influências musicais?
Rodrigo: Influência para o
Comando Nuclear certamente é tudo aquilo que ouvimos e que depois aparece de
alguma forma, em nossos sons. Não condensamos tudo aquilo que ouvimos em nossas
composições, é um campo muito vasto. Exploramos isso de maneira intencional,
sabemos direcionar aquilo que cabe ou não na proposta da banda de maneira
natural. Podemos dizer que é muita coisa de speed metal europeu e americano,
NWOBHM, heavy metal 70s e por aí vai.
Quais bandas nacionais/internacionais você tem ouvido ultimamente?
Rodrigo: Cara, eu ouço muita
coisa, e muita coisa diferente. Muita coisa mesmo, você provavelmente ficaria
espantado. Atualmente tenho ouvido muito material dos anos 60 e 70 como Coven,
Pentagram, Black Merda, Wicked Lady, Writing on the Wall, Black Widow e
proto-70s e occult rock na linha de Kadavar, Jess and the Ancient Ones, Jex
Thoth, Orchid, Blood Ceremony, Witchcraft, Uncle Acid and the Deadbeats, The
Devil's Blood, Sabbath Assembly, Purson... Das
novas bandas de metal tenho ouvido com mais freqüência In Solitude, Arkham
Witch, Enforcer, SkullFist, Bullet, Velho, Axecuter, Whipstriker, Cemitério
(projeto solo do nosso batera, Hugo Golon) e Fire Strike. Naturalmente rolam
também as bandas de metal 70s e 80s que sempre curti e estou sempre ouvindo
(estou ouvindo Manilla Road enquanto respondo essa entrevista). Na música
pesada tem sido isso, basicamente.
Como tem sido a parceria de vocês com a “Face the Abyss Records”?
Rodrigo: Sempre tranqüila, o
Gilson é um grande cara e foi ótimo lançar um álbum com ele. Hoje não
trabalhamos mais juntos, estamos relançando nossos discos pela ‘Mutilation
Records’ mas só temos coisas boas a respeito do trabalho que desenvolvemos com
a ‘Face the Abyss’, inclusive anualmente tocamos em sua cidade, Guaramirim, e é
sempre ótimo curtir com ele, grande parceiro.
Pra quando podemos esperar um novo material da banda?
Rodrigo: Difícil precisar um
prazo, mas devemos lançar algo em 2015. Não sei se um disco inteiro, um EP ou
um split, mas imagino que ano que vem tenha material inédito do Comando Nuclear
com a formação atual, que ainda não gravou nada.
Quais são os próximos shows da banda? Deixe as datas para nossos
leitores.
Rodrigo: Estamos fechando
algo entre novembro e dezembro em Santa Catarina, e no final de novembro estaremos
em um fest em Limeira com o Destruction, Onslaught, Artillery, Vulcano e Circle
of Infinity. Provavelmente devemos ter mais alguma data até o final do ano, mas
temos tocado com menos freqüência para conciliar uma série de outros projetos
que tem rolado.
Onde é possível adquirir material de merchandising da banda? Cd’s, camisetas..etc?
Boa parte do merchan pode ser
adquirido diretamente conosco, em shows ou através da internet, mas temos
também os canais onde rolam as distribuições diretas. Vou deixar alguns links
aqui para quem quiser adquirir:
CD ‘Batalhão Infernal’ em
formato digipack com quatro bônus:
Camisetas ‘Guerreiros da Noite’:
Camiseta ‘Batalhão Infernal’:
O álbum “Guerreiros da Noite”
está esgotado, mas já estamos providenciando seu relançamento numa versão
especial através da Mutilation Records!
Quais festivais vocês mais gostaram de tocar até o momento? Quais
bandas mais gostaram de dividir o palco?
Rodrigo: Todo show é bacana,
não tem tempo ruim conosco nesse sentido. Gostamos de estar entre amigos, subir
ao palco e tomar cerveja, então sempre nos divertimos. Naturalmente alguns
ficam mais marcados pelos mais variados motivos, mas penso que sempre me
divirto de alguma maneira, então gosto de todos. E olha que já foram muitos!
Ano passado dei uma olhada em alguns flyers antigos e já passamos bem dos 100
shows, e lembro de pelo menos algo de cada um deles. Sobre dividir o palco,
existem bandas com as quais temos mais amizade e afinidade e acaba sendo sempre
uma grande festa quando tocamos porque já estamos sempre por aí bebendo juntos,
como Selvageria, Em Ruínas, Flageladör, Blasthrash, Fire Strike, Amazarak,
Farscape, Leatherfaces, Centúrias... Foi legal também ter tocado com algumas
bandas que sempre foram referência para nós como Tankard, Possessed, Grim
Reaper, Picture, Omen, Exciter e mais um monte de gente da velha guarda que fez
parte da nossa formação musical.
Quais bandas influenciaram vocês a começarem a compor musicas em
português?
Rodrigo: Basicamente as
bandas que começaram tudo por aqui: Harppia, Stress, Centúrias, Vírus, Salário
Mínimo, Azul Limão, Dorsal Atlântica, Anthares, O Peso, Taurus, Alta Tensão, A
Chave do Sol, Ano Luz, Overdose, Ratos de Porão, Vulcano, Astaroth, Made in
Brazil, Módulo 1000, Robertinho do Recife, Máscara de Ferro, as duas edições da
SP Metal, a coletânea São Power... Essa galera toda, de épocas distintas,
precedeu a gente e foi responsável por cantarmos em português.
Rodrigo, muito obrigado pela entrevista, deixe suas considerações
finais e um recado para os fãs da banda e leitores do blog, deixe seus
contatos.
Rodrigo: Valeu pelo espaço e
pela oportunidade, e parabéns pelo blog! Agradeço o apoio de todos os que nos
dão essa força, nos vemos na estrada ou no bar!
Facebook: www.facebook.com/ComandoNuclear
Twitter: @ComandoNuclear
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