Saudações Manu, muito
obrigado por nos ceder essa entrevista ao nosso blog “Questões e Argumentos” é
uma honra entrevista-lo. Como está sendo o ano de 2014 para a banda Uganga e
quais os planos para o futuro?
Manu “Joker”Henriques: Eu que agradeço a oportunidade de falar sobre o Uganga
mano! 2014 tem sido um ano excelente pra banda, estamos lançando nosso novo e
melhor álbum (“Opressor”), renovamos nosso contrato com a Sapólio Rádio (selo
de Uberaba-MG), porém com distribuição da Hellion e da Voice , estamos lançando
um clip novo para a faixa “Casa” e até janeiro lançaremos nosso DVD de 20 anos.
De negativo tivemos a pausa do nosso guitarrista Christian para tratar da saúde
mas conseguimos manter a banda na ativa com nosso chapa Murcego González
(Canábicos) fazendo dupla com o Thiago e mantendo a qualidade nos riffs. Enfim,
está sendo um ano de conquistas, aprendizado e fortalecimento.
A banda foi formada em
1993, como você vê esses mais de 20 anos de banda, quais os acontecimentos mais
significativos até o momento?
Manu “Joker”: Muita coisa aconteceu cara! Posso citar por exemplo a
estabilização da formação atual, que com exceção do Thiago já está junta a mais
de 12 anos. Foi só com a vinda desses caras que o Uganga passou a soar como soa
hoje, definitivamente mais pesado que nos primeiros dias onde a banda era mais
um laboratório para pirar sem limites (risos).Olhando pra trás acho que
conseguimos muita coisa, lançamos 4 albuns elogiados por crítica e público,
fizemos duas bem documentadas tours na Europa e lançamos nossos cds por lá...Um
inclusive gravado na Alemanha com 600 pessoas pirando com a banda! Tocamos ao
lado de vários e variados artistas como Ratos de Porão, Krisiun, Tim “Ripper”
Owens, André Matos, Cathedral, Racionais MC’s, Dead Fish, Marcelo D2, Vulcano,
Mystifier, Macbeth, Dr. Sim, Garage Fuzz o que nos fez dialogar com platéias
diferentes sem ter que mudar uma vírgula de nossa música. Só tenho a agradecer
por esses 20 anos, mas diria que a nossa melhor fase com certeza está por vir.
Quais as principais
inspirações para as composições da banda?
Manu “Joker”: Cara nossas raízes vem do metal e do hardcore, mas
ouvimos muita coisa e temos gostos variados entre os integrantes. O que nos
inspira é tocar nossa música de forma livre, sem pagar pau pra cena, rótulo,
moda, ou seja, lá o que for. Fazemos rock sempre pesado, às vezes rápido,
cantado em
português. Nossas letras são inspiradas em nossas vivências e
nossa casa é o Triângulo Mineiro.
Quais são suas principais
influências musicais?
Manu “Joker”: Black Sabbath e Beatles sempre serão minhas bandas
preferidas e minhas maiores influências apesar de fazer uma música mais extrema
que ambas. Minha base tem muito do thrash/crossover dos anos 80, mas não dou a
mímina pra essa onda saudosista que tá rolando. Acho algumas bandas legais
outras um lixo, mas no geral é bom o thrash estar forte de novo... Hardcore
punk também é parte da minha formação musical assim como algumas bandas dos
anos 90 como Pantera, Faith No More, Alice In Chains, Rollins Band, Helmet... E
tem as referências mais distantes musicalmente, mas que me influenciam da mesma
maneira como o Dub, Rap , Jazz, música clássica entre outros estilos. Ouço até
algumas bandas pop como The Police ou Survivor numa boa. Música pra mim ou é
boa ou ruim, o estilo não importa.
Uganga
Como tem sido a parceria
com a Metal Soldiers Records?
Manu “Joker”:Excelente! O Fernando é antes de tudo um amigo e fã do
Uganga. Ele prensa nosso cd por lá, nos paga a nossa parte e ajuda a banda a se
promover na Europa. É um lance simples, mas que vem dando certo. Ele já lançou
o “Vol.03: Caos Carma Conceito” e está lançando agora o “Eurocaos – Ao Vivo”.
Logo vamos conversar sobre o “Opressor” e ver o que rola.
Como foi pra você
participar do medley para “Pegasus Fantasy”, fale um pouco sobre seu interesse
pela série “Os cavaleiros do zodíaco” e que outros desenhos/animes você tem
assistido atualmente, quais você mais curte?
Manu “Joker”: Vou ser 100% sincero com você mano! Nunca assisti um
desenho da série (risos)! O Christian (guitarra) sabe tudo e é muito fã desse
desenho, mas como o lance era para vocalistas sobrou pra mim (risos)! Curto quadrinhos,
inclusive Mangás tipo Akira, mas o CDZ ainda é uma novidade que preciso
conhecer...Lá vem a avalanche de xingamentos (risos)! Sobre a participação
achei bem da hora e me senti honrado de estar gritando ao lado de vocalistas
tão técnicos e talentosos. Curti muito o cara do Massacration e aquela Japinha!
Pra quando podemos ter em
mãos o “Opressor”, onde ele foi gravado, quem foi responsável pela produção?
Fale um pouco sobre o processo de gravação do álbum.
Manu “Joker”: O cd foi gravado em Goiânia no Rocklab Estúdio com
co-produção da banda e Gustavo Vazquez que já trabalhou com Hellbenders, Krow,
DFC, Macaco Bong entre outras bandas. Segundo nosso selo o cd deve estar
chegando no final de outubro e o vinil no começo de 2015. O processo de
gravação foi bem tranqüilo, creio que tudo tenha levado em torno de um mês.
Qual foi a sua reação em ver CJ Ramone com
uma camiseta do Uganga?
Manu “Joker”: Cara eu realmente fiquei muito feliz! O CJ é um
ícone, um mestre e fez aquilo na brodagem e na humildade. Serei eternamente
grato por isso e por outras prezas que ídolos de bandas como Agnostic Front e
Bad Brains já fizeram pro Uganga. Salve os Ramones!
Quais são os próximos
shows da banda? Deixe as datas para nossos leitores.
Manu “Joker”: Estamos focados na mixagem e finalização do nosso DVD
de 20 anos. Muita coisa pra cuidar, áudio, vídeo, arte... Ainda teve a
transição temporária do Morcego pra guitarra solo, isso tudo gerou uma
adaptação que felizmente já rolou. Agora estamos voltando com tudo e o próximo
show será em novembro no festival Udi Rock Scene em Uberlândia ao lado de
outras bandas como Leave Me Out e Galinha Preta. Também temos o lançamento do
“Opressor” em Uberaba casa do nosso selo e uma tour no nordeste que logo
daremos mais detalhes. O Uganga tá de volta a estrada!
Manu "Joker"
Como foi ter gravado um
cover para “Who are the true” do Vulcano?
Manu “Joker”: Uma honra e uma grande responsabilidade, pois trata-se
de uma das bandas mais importantes do metal nacional em todos os tempos. Adoro
esse som e acho a letra muito atual. E ter as participações do Ralf Klein
(Macbeth – Alemanha) e do Murillo do Genocídio foi a cereja do bolo!
Quem foi responsável pela
capa de “Opressor”?
Manu “Joker”: A capa quem fez foi o Beto Andrade, um artista de BH
que tá mandando muito bem e já tinha feito a arte da camiseta da nossa segunda
tour na Europa. Eu passei a idéia pra ele que foi fazendo esboços até chegar no
que a gente buscava e estamos 100% satisfeitos, ele detonou! O encarte ficou
com meu irmão Marco (baterista do Uganga) que também se superou. Ele havia
feito toda a arte dos nossos 3 cds anteriores e está cada vez melhor. Foi foda
poder contar com os 2 nesse trabalho, ainda mais que o Beto veio por indicação
dele.
Fale um pouco sobre a
Angel Butcher, existe planos para novos materiais da banda?
Manu “Joker”: Não temos nada certo. A banda iria gravar algo com a
nova formação, mas machuquei meu pulso e ficarei um tempo sem poder tocar,
então por hora estamos parados já que lá toco batera e canto. Acho que ainda
gravaremos algo, mas não sei quando ainda. Nosso trampo mais recente foi o ep
“25 Years Bleeding Ears” que saiu em 2010 aqui e na Europa.
Como foi a experiência de
ter gravado um dos melhores materiais de death/black metal de todos os tempos,
Sarcófago-Rotting, quais recordações você tem dessa época?
Manu “Joker”: Foi uma experiência única, memorável e que irá me
acompanhar por toda vida com certeza. Sou muito amigo dos caras até hoje, em
especial do Wagner e do Jhasko , e sempre nos encontramos pra tomar umas
brejas. Lembro-me que estávamos muito ansiosos para começar a gravar logo e nos
comprometemos muito na pré-produção do álbum , que foi feita na minha casa em Araguari. Já faz um
bom tempo, mas ainda me espanto com a influência desse trabalho na cena
extrema. Só posso me sentir muito orgulhoso por isso!
Como foi pra você a
experiência de ter tocado com o tributo ao Sarcófago?
Manu “Joker”: Foi legal, apesar de alguns picaretas que topamos no
caminho. O mais foda foi tocar no Chile e ficar amigo do Jeff Becerra
(Possessed), esse foi o destaque desse tributo junto ao show do Warfare Noise
Festival em BH. De
ruim só alguns aproveitadores querendo vender a banda como a volta do
Sarcófago, algo que sempre recriminamos e negamos... Mas foda-se, eu me diverti
(risos).
Como foi o processo de
gravação do vídeo clipe “Guerra” onde ele foi filmado, quem foi responsável
pela produção?
Manu “Joker”: O clipe foi filmado na Europa pelo nosso camarada
Eddie Shumway (Travesseiro Discos/ Lower East Studio) e as locações foram um
centro cultural em Maribor na Eslovênia, o museu da segunda guerra na Cracóvia
, um castelo na região de Zawiercie e imagens nas ruas de Poznan todas cidades
da Polônia com ligação direta com a segunda guerra. Também filmamos imagens da
banda tocando num bar de Budapeste chamado Showbarlang e misturamos isso a
cenas de guerras, algumas recentes e outras antigas. Filmar isso foi uma puta
correria, a gente chegava num local pra tocar e quando dava tempo gravávamos
algo. O Eddie nos acompanhou por toda essa tour e logo sairá um documentário
completo desse rolê.
Confira também:
Entrevista DFC
Entrevista Ação Direta
Entrevista Alto Teor de Revolta
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