quarta-feira, 6 de julho de 2016

Entrevista - Rebaelliun (Brasil)

De todas as reuniões anunciadas de bandas antigas de death metal retornando a atividade, a melhor disparada foi a do Rebaelliun, voltando com tudo com o poderoso "The Hells Decrees" forte candidato a melhor álbum do ano de 2016, confira a entrevista que fizemos com o Fabiano Penna.




Saudações Fabiano, muito obrigado por nos ceder essa entrevista ao nosso blog “Questões e Argumentos”, é uma honra entrevista-lo, como está sendo o ano de 2016 para a banda Rebaelliun e quais são os planos para o futuro?

Fabiano Penna: Obrigado! Sempre grato pelo espaço que vocês nos cedem aqui no blog. 2016 tá sendo bom pra gente, estivemos focados nos primeiros meses em finalizar a gravação do novo álbum, logo em seguida já começamos a promoção dele fazendo várias entrevistas pra veículos de vários países, e de Abril pra cá finalmente começamos a tocar ao vivo, que é o que mais gostamos de fazer. Agora no segundo semestre estamos com uma boa agenda de shows principalmente fora do país, seguiremos na promoção do The Hell’s Decrees e aos poucos já vamos começar a trabalhar em material novo.


Como tem sido a recepção de “The Hells Decrees” mundo afora?

Fabiano Penna: Tem sido bem acima das nossas expectativas. Voltar depois de 15 anos, mexer em algo que tinha sido extremamente intenso lá no final dos anos 90 sempre requer responsabilidade, porque a gente tinha em mente que se fizéssemos um disco mediano ou ruim, a gente também botava a perder o nome que construímos lá atrás. E foram apenas 7 meses pra começar esse disco do zero e entregar pra gravadora, um prazo bem apertado. Mas quando a gente recebe o feedaback das pessoas dizendo que têm ouvido o disco direto, que a banda conseguiu manter a identidade depois de tanto tempo e voltou mais madura, com o som mais direto, quando a gente vê publicações gigantes na Europa dando nota 9 pro álbum e botando ele nas listas dos colaboradores das revistas, aí a gente fica com a certeza que nunca perdemos a mão pra fazer Death Metal. Isso só dá gana de preparar mais um disco em breve.






Como foi para a banda tocar no Abril Pro Rock desse ano?

Fabiano Penna: Foi inesperado, porque o convite surgiu já bem perto do evento, não estávamos esperando. Mas foi muito importante, é um dos eventos independentes mais foda no Brasil atualmente, tem uma estrutura excelente, um público fiel e também pra gente em particular foi o primeiro show depois de 15 anos. A gente tava bem tenso antes de começar, porque foram poucos ensaios, porque era a primeira vez que subíamos num palco depois de 15 anos, porque já era o show tocando material novo, que ninguém conhecia, mas acho que fizemos uma boa apresentação.


Como foi o processo de gravação do álbum? Onde ele foi gravado? Quem foi responsável pela produção?

Fabiano Penna: A gravação foi feita da forma mais prática possível. Moramos em cidades diferentes, em estados diferentes, na realidade, então tivemos que ser práticos. Eu produzo discos há anos, então foi natural a produção ficar na minha mão. Captamos o material em diferentes estúdios aqui em São Paulo e depois eu mixei o álbum no meu home studio. O processo foi relativamente rápido, a gente já toca há muito tempo e já sabemos o que está dentro das nossas possibilidades e o que não está, somos o tipo de músicos que tocam dentro do seu limite. As gravações acabam demorando muito e virando um pesadelo justamente quando os músicos querem tocar algo além das suas capacidades, mas isso a gente já evitou desde a pré produção das músicas novas.


Como tem sido a parceria com o selo “Hammerheart Records”?

Fabiano Penna: Tem sido positiva. Assim que retornamos com a banda ano passado eles já criaram um cronograma pra botar a banda no circuito novamente. Relançaram o EP At War em vinil em 2015, início desse ano já vieram os relançamentos do Burn the Promised Land e do Annihilation, também em vinil e em CD, e tudo isso ajudou a preparar o terreno pro lançamento do novo álbum. Pegaram pesado na promoção, o Rebaelliun tem aparecido em muitas revistas lá fora, temos uma boa presença na Internet também e eles têm nos dado o suporte pros shows que vão rolar agora em Agosto lá fora. Então não temos nada a reclamar, as condições pra gente trabalhar estão aí.


Quem foi responsável pela arte da capa do álbum? Vocês tinham algum conceito inicial para a mesma?

Fabiano Penna: Toda a arte do The Hell’s Decrees ficou na mão do Marcelo Vasco (Slayer, Machine Head, Soulfly e muitos outros). Passei demos das músicas novas pra ele, letras e alguns textos que a gente tinha relacionados ao conceito lírico do disco. Foi o suficiente pra ele criar a capa que nos satisfez totalmente.


Quais as expectativas da banda para os shows na Europa esse ano? Com destaque para Brutal Assault e Party San.

Fabiano Penna: Cara, temos certeza que vai ser foda. Esses fests estão entre os maiores do mundo, e reúnem a nata da música extrema. Esse ano também tocam bandas que admiramos, como Angelcorpse, Behemoth, Immolation, Septicflesh, Carcass, Obituary, então só de estar entre esses monstros pra gente já é um motivo de orgulho. E claro, estamos indo pra lá pra fazer um puta show e representar bem o Brasil nos dois fests, sempre tivemos uma boa recepção dos fãs de Death Metal na Europa, tem muita gente nas redes sociais nos mandando mensagens dizendo que estão aguardando pelo nosso show, então acho que vai ser extremamente positivo.


Quando serão os próximos shows da banda? Deixe as datas para nossos leitores.

30.07 – Fortaleza/CE
31.07 – Matanza Fest – Porto Alegre/RS

10.08 - Oostende, Bélgica
11.08 - Amsterdam, Holanda
12.08 - Brutal Assault, República Tcheca
13.08 - Party San Metal Open Air, Alemanha
14.08 - Praga, República Tcheca

09.09 – Monterrey, México
10.09 – Cidade do México, México
11.09 – Toluca, México
17.09 – Belo Horizonte/MG


Quais foram as principais inspirações para as composições das letras da banda no álbum?

Fabiano Penna: A gente queria que o álbum fosse uma continuação do nosso então último disco, o Annihilation, que fala sobre a aniquilação da raça humana. Então o The Hell’s Decrees se passa nesse ambiente sem vida, aniquilado, sem regras, caos total. O Lohy quem escreveu todas letras do novo álbum, e inclusive usou alguns ganchos de frases de letras dos nossos primeiros discos, pra criar uma conexão maior com o passado da banda.


Como foi o processo de filmagem do videoclipe “Anarchy”? onde ele foi filmado? Quem foi responsável pela produção?

Fabiano Penna: O clipe foi produzido por um grande amigo, o Jander Antunes. Ele nos acompanhou nos estúdios enquanto gravamos o disco, e gravou vários takes da banda gravando e produzindo, foram horas de material captado. Aí depois escolhemos a faixa e ele foi editando em cima da música, tentando passar um pouco de como foi a banda gravando, a energia da gente tocando e produzindo dentro de estúdio.


Quais bandas você tem ouvido ultimamente?

Fabiano Penna: De Metal extremo tenho ouvido pouca coisa nova. Sempre acabo voltando nos discos que me formaram como guitarrista, os primeiros do Slayer, do Morbid Angel. Gosto bastante do último do Behemoth, ouvi o novo do Dark Funeral e achei bem interessante também. E ouço coisas fora do Metal, como a banda Russian Circles, que faz um Post Rock instrumental muito denso.


Onde é possível adquirir o material de merchandising da banda? Cd’s, camisetas, etc?

Fabiano Penna: Ainda não temos uma loja virtual, então a forma mais fácil é mandar um email pra gente (rebaelliun.brazil@gmail.com) que a gente retorna passando o que temos em estoque, assim como valores e condições. E pra quem usa Facebook (quase todo mundo....), estamos sempre postando na fanpage da banda o que temos de pronta entrega, é só seguir a página que sempre tem novidades por lá.


Quais foram os equipamentos que você utilizou no álbum? Guitarras, efeitos, amplificadores.

Fabiano Penna: Eu sou um cara que gosta de manter as coisas simples. Gravei todo o disco com a minha única guitarra, uma Gibson SG. O Ronaldo também gravou boa parte das linhas dele com ela. Passei por um pedal Tube Screamer da Ibanez e direto no computador, usando emulação de amplificador, no caso um BIAS, da marca Positive Grid. Por que não usei um amplificador microfonado na gravação? Porque consigo tirar um bom som do emulador e também agilizou e barateou meu processo. Eu obviamente prefiro tocar e gravar com um amplificador, mas na correria que foi o disco, chegamos no som mais rapidamente gravando direto com o emulador, sem falar que barateou demais a produção. E também usei um pedal wah wah da Dunlop, modelo Zakk Wylde. Chegamos a testar alguns amplificadores mas o som do emulador já tava pronto e aí optamos pela praticidade e agilidade.


Muito obrigado pela entrevista, deixe suas considerações finais e um recado para aqueles que apoiam a banda e leitores do blog, deixe seus contatos.


Fabiano Penna: Muito obrigado mais uma vez pelo espaço e pela excelente entrevista. Agradecemos também a todas pessoas que têm nos apoiado nesses últimos 12 meses, desde que resolvemos reativar o Rebaelliun. Pessoas que nos contatam, que mandam mensagens, que divulgam a banda, compram nosso material, comparecem nos shows e mantém o nome da banda vivo de uma forma ou outra. Muito obrigado a todos vocês! At war!!







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